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A aprendizagem e a primeira infância

Enquanto pais, queremos acertar sempre. Queremos dar o que temos de melhor aos nossos filhos desde o início de suas vidas. Disso, ninguém discorda ou tem dúvidas. Mas o percurso é longo e nem sempre temos certeza em como agir. Importante saber que os 3 primeiros anos de vida são essenciais e uma boa sinergia entre as áreas da motricidade, da linguagem e das interações pessoais são fundamentais. Nessa idade o desenvolvimento é exponencial e precisa de muita atenção dos pais.

Quando o bebê nasce acontece constante maturação neuromotora. Os reflexos vão sendo substituídos por ações autônomas. O que antes era involuntário, passa a ser voluntário. Os bebês acompanham logo bem novinhos os sons, a luz e o olhar. Passam a interagir com as pessoas e com o meio. Isto, através de estímulos sensoriais: cheiro, sabor, toque, audição e motricidade. A partir da maneira que estes estímulos vão sendo apresentados dá-se lugar, aos poucos, como exemplo, à evolução do brincar com os sons ao aparecimento das primeiras palavras e à capacidade de comunicação. Da mesma forma, acontece em seu repertório psicomotor. A evolução psicomotora acontece a partir de uma maturação no sistema neurológico. Dois fatores são importantes: a sequência e o ritmo da aquisição nesta evolução. A sequência de aquisição é igual ou muito similar nas crianças em geral. Primeiro, o bebê sustenta o pescoço, tronco, arrasta e daí à capacidade de se deslocar-se autonomamente. O ritmo da aquisição varia. As experiências podem ser significativas, interessantes e trazem à criança uma peculiaridade bem característica referente à sua família e podem variar bastante.

Considerando os 3 primeiros anos de vida como os de maior importância em termos de plasticidade neurológica, onde o conjunto de possibilidades, conexões e modificações que podem ser estabelecidas são extraordinárias, é indicado aos pais e cuidadores atenção especial à brincadeira e exploração eficaz.

As brincadeiras corporais com os pais são reconhecidas fundamentalmente para o desenvolvimento do bebê, pois através delas, descobrem, assimilam e adaptam-se. Brincar com significado é o que os fazem ser criativos, o que gera oportunidades de relacionamento com outros, de aprender, de negociar, vencer obstáculos, de desenvolver o raciocínio lógico e ter mais confiança em realizar. Brincar com qualidade. Fique atento às inúmeras possibilidades motoras em ambientes naturais, também nas tentativas, nas tentativas frustradas, onde devem aparecer nitidamente possibilidades de ensaio e erro, na ousadia da persistência na realização e ainda, na tentativa autônoma da realização.

Por volta dos 2 ou 3 anos aparecem as primeiras brincadeiras de faz-de- conta, espontâneas ou mediadas, e estas são fundamentais para um pleno processo de desenvolvimento e aquisição de habilidades intelectuais, cognitivas e para a construção de pensamento. Brincar é tão importante para o bebê como trabalhar é para o adulto. A brincadeira carece de sentido em meio a cargas afetivas para que haja efetiva participação e engajamento.

Apresentar e adaptar as regras do mundo à criança é dar rumo ao seu desenvolvimento e ajuda nas funções adaptativas sociais. Estar atento nos 3 primeiros anos de vida àquilo que pode estar faltando ou precisando ser melhor mediado pode ajudar a enriquecer este período.

Outros 2 pontos que merecem atenção redobrada têm a ver com uma rotina de sono e alimentação regular. Todo bebê precisa dormir e se alimentar com qualidade.

Atenção a Pontos Importantes a Serem alcançados ao Fim da Primeira Infância:

  • Consolidação da Linguagem;
  • Interação e empatia;
  • Comunicação com seus pares;
  • Ampla habilidade motora;
  • Aumento da autonomia;
  • Segue regras;
  • Diminuição da supervisão dos pais;
  • Repertório sensorial e respostas adequadas aos estímulos sensoriais;
  • Aventura-se um pouco mais na solução de problemas;
  • Brinca de faz-de- conta;
  • Classifica objetos;
  • Ciclo de sono regular;
  • Alimentação variada.É através da brincadeira que o bebê se manifesta, revela sua bagagem cultural e constrói novas perspectivas de aprendizagens.

O produto de tudo isso, em idade escolar, está relacionado à estabilidade, segurança, capacidade adaptativa social adequada, maior autoestima, possibilidade de convivência em grupo e enfrentamento de realidade e novos desafios. E nos pais, a sensação de estarem no caminho certo.

 

Por Márcia Ortiz

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