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Autismo, Família e Interdisciplina

Após algumas experiências vividas com o autismo ao longo de anos de atendimento na Clínica Márcia Ortiz fomos buscar em equipe, preparo e maior fundamentação teórica que pudesse sustentar e ampliar nosso foco de atuação. Um curso de Protocolo de Avaliação Diagnóstica no Transtorno do Espectro Autista (TEA) com Eliana Araújo em 2015 foi determinante pra essa conquista. Hoje, o alvo de nossa atuação é a investigação diagnóstica em equipe, além, claro, do atendimento terapêutico compartilhado e interdisciplinar.

Cursos específicos, pesquisa bibliográfica e conversas com diversos pais e profissionais a fim de identificar e conhecer novas realidades e abordagens nos remetem a este processo que tem sido contínuo. Esta busca em equipe se constitui na intenção de acolher a família da pessoa com autismo ou daquelas ainda sem um diagnóstico fechado e minimizar o impacto que a presença de um membro com autismo na família pode trazer, bem como suas implicações para o funcionamento familiar e social.

A investigação e a intervenção no autismo exige a participação de equipe interdisciplinar. Como alternativa ao cenário que as famílias das pessoas com autismo vêm enfrentando propomo-nos, enquanto equipe interdisciplinar, a uma investigação contínua a respeito do autismo e das possibilidades de intervenção para diminuir os comportamentos problemáticos decorrentes relacionados.

Formamos uma equipe com psicólogas, educadores físicos, psicomotricistas, terapeuta ocupacional, além de psicopedagogos e fonoaudiólogas. Temos a partir de então, a intenção de levantar quais problemáticas mais afligem a pessoa com TEA. De também, pensarmos sobre a nossa prática e a família. E, apresentar sempre alguma contribuição mais efetiva na Clínica na busca do aprimoramento das habilidades e repertórios necessários para o bem-estar e a inserção social do autista e de um maior acolhimento em equipe pra lidar com a escuta destes pais que vivenciam o autismo em suas famílias.

Como objetivos e contribuições na clínica do autismo, temos a ampliação e aquisição de comportamentos funcionais inexistentes; diminuição de comportamentos em excesso, visando à construção de um repertório sensorial, de comunicação e social que se sustente em diferentes ambientes, gerando inclusão social, escolar e profissional para o autista.

Celso Goyos nos diz que, o autismo “afeta aproximadamente uma em cada cinco famílias, e que cada caso pode ser o responsável pela desorganização e desestruturação do ambiente familiar.” As características próprias do comportamento, somadas à severidade do transtorno podem constituir estressores em potencial para familiares e/ou cuidadores.

Entendemos que o processo terapêutico interdisciplinar e compartilhado pode ser bastante eficaz e fazer uma diferença brutal para a criança, família, escola e comunidade. Pode ainda, tornar a trajetória familiar da pessoa com autismo menos dolorida, trazendo um maior entendimento da situação e também auxiliando na busca de novos caminhos e no desenvolvimento de atitudes construtivas para a família.

Por Marcia Ortiz

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