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Autismo (TEA) na Natação Terapêutica

A piscina nos convida a momentos de interação bastante prazerosos e sempre motivados. Se apresenta ainda, como uma ótima atividade de lazer, além de ser um meio precioso para a aprendizagem e terapia, uma vez que as crianças ficam muito interessadas neste espaço e muitas possibilidades acontecem.

As possibilidades na piscina são inúmeras. Trabalhar com as crianças com risco de autismo ou dentro do espectro autista na piscina pode e deve ser um fator de grande prazer e, ainda, facilita a aplicação de muitos estímulos interessantes à infância. A água da piscina quentinha fornece possibilidades para que a criança possa diminuir o estado de tensão e estresse, reduza medos e ansiedade e, ainda, regule alguns comportamentos. Auxilia também a regular ciclo do sono. Principalmente se o profissional levar em conta as necessidades individuais da criança e propuser trocar informações com a família, escola e toda a equipe de profissionais que por ventura atendam a criança. É uma atividade física importante na infância e favorece a aprendizagem. Pode ajudar a inibir hábitos que levam a criança ao sedentarismo infantil pois convida ao movimento. Permite melhor estimulação sensorial, incentiva o controle e o planejamento motor. Ao melhorar o planejamento motor, favorecemos o desenvolvimento de todas as habilidades psicomotoras e consequentemente, tônus muscular. Outro fator imprescindível é a possibilidade de contribuirmos para o aumento da segurança aquática da criança, isto porque a criança com TEA pode mais facilmente ignorar o perigo, em sua maioria adora brincar com a água e anda sozinha por ambientes que promovem o risco do afogamento.

Antes de iniciar, há uma entrevista estruturada com a mãe e/ou pai e possível solicitação de alguns vídeos caseiros, para que o profissional conheça o caso.

O trabalho na água pode ser em dupla, em pequenos grupos ou personal, quando então, há participação de um profissional para cada criança. Após o momento inicial o profissional poderá indicar o que é melhor e mais seguro neste momento. O ambiente da piscina vai influenciar diretamente a possibilidade de sucesso nos atendimentos. Horários com menor frequência podem ser menos barulhentos e isso pode ajudar no início. Como também, horários que não coincidam com os de sono e alimentação. 

Como acontecem as sessões na natação terapêutica…

Em nossa intervenção realizamos atividades que promovam acolhimento, relaxamento, planejamento de movimento e segurança aquática motivando o comportamento adaptativo e funcional, bem como, o sequenciamento de atividades onde a criança participa ativamente. Valorizamos a movimentação espontânea da criança e as situações são construídas com base e enfoque comportamental no desenvolvimento de cinco domínios: atenção aos elementos do ambiente, habilidades sociais e sensoriais, jogos de música e imitação, intensão comunicativa e compreensão e uso da linguagem,  jogo apropriado com brinquedos e competência aquática. À medida que a criança segue interagindo socialmente, imitando sons e movimentos, respondendo às convocações e ordens simples melhora sua resposta também à comunicação. Consideramos importante e essencial a estimulação o quanto antes ao desenvolvimento do nado utilitário para que a criança sobreviva em piscina funda, melhorando sua condição de segurança e aproveitando melhor seus momentos de lazer em família. 

Como acontecem as primeiras sessões na piscina…

Nas primeiras sessões de avaliação na piscina permitimos que a criança brinque livremente enquanto observamos sua movimentação espontânea, seu interesse pelos materiais e brinquedos, e em especial sua condição de interação conosco enquanto profissional e mediador das atividades.

Observamos sua condição psicomotora e de autonomia na piscina com e sem materiais.

Observamos a capacidade de tolerância à frustração em situações de desconforto, quando convocado pra atividades mais desafiadoras, e nem tanto assim, de equilíbrio ou persistência motora e de atenção sustentada (Pode demonstrar ou não interesse em persistir numa tentativa que requisite dela maior nível de esforço ou concentração); sua atitude para ir em busca de algum brinquedo (se tenta usar nosso corpo para conseguir algo que quer) e em como reage à nossa convocação na tentativa de negociação.

Nossa intervenção acontece mediante abordagem sistemática e estruturada:

  • chamado pelo nome da criança,

  • trocas de turno (minha vez, sua vez),

  • convocação para atenção compartilhada,

  • comandos e ordens simples,

  • estimulação psicomotora e sensorial,

  • incentivo à linguagem e comunicação,

  • desenvolvimento da competência aquática.

 

Utilizamos como base em 2 protocolos (ATA e VBMAPP) para avaliação periódica.

Por Márcia Ortiz

 

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