Autismo e a Integração Sensorial
Autismo e a Integração Sensorial
Entende-se por processo sensorial uma função neurofisiológica responsável por registrar, organizar e interpretar informações sensoriais captadas pelos sistemas sensoriais. Seria a base para aprendizagem, o que pressopõe relações complexas entre o comportamento e o funcionamento neural. Estabelecer relações funcionais, apropriar-se do ambiente e aprender são processos que dependem da percepção, da organização, da interpretação e da integração de informações sensorais. Quando não há essa interpretação a Integração Sensorial permite relacionar transtornos de percepção, organização e interpretação da informação sensorial interoceptivas e exteroceptivas, relacionando-os com dificuldades de aprendizagem e desempenho ocupacionais ineficientes. Ela favorece na organização das sensações pelo cérebro para uma resposta adaptativa, que através dos estímulos sensoriais aplicados o cliente torna-se capaz de organizar, interpretar a informação de forma adequada para agir de acordo com a siatuação na vida cotidiana.
No Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) há grandes incidência de comportametos atípicos de resposta sensorial como por exemplo, padrões de hipo e hiper resposta coeficientes e flutuantes, qye contribuem para maior dependência nas atividades de autocuidado, nas atividades de vida diária, bem como déficit discriminativo ou perceptivos, que contrubuem para problemas posturais e práxicos observado em crianças com esse transtorno.
A Terapia de Integração Sensorial objetiva criar oportunidades para o enriquecimento da estimulação sensorial contextualizada e significativa, que otimize o sistema nervoso ecntral no sentido de registrar, integrar e interpretar as entradas sensoriais, expandindo a habilidade de aprendizagem motora ou conceitual e favorecendo desempenho ocupacional eficiente.
Pensando nas crianças com TEA as possibilidades da Integração Sensorial são inúmeras, como essas crianças apresentam prejuízos qualitativos na interação social, na comunicação e na imaginação e padrões de comportamentos, interesses ou atividades restritas e estereotipadas além de falta de atenção compartilhada e regulação emocional. Podem ajudar a diminuir o estado de alerta e tensão, favorecendo a regulação de alguns comportamentos e a aprendizagem, maior atenção e concentração, melhorar rendimento escolar, planejamento motor, planejar ações e tarefas do cotidiano, aprimorar a coordenação motora.
As terapeutas ocupacionais atuantes na Clínica Márcia Ortiz assistem o comportamento do paciente, interpretam suas ações e o auxiliam conforme as suas necessidades. Utilizam da técnica de integração sensorial objetivando adequar essas ações comportamentais e físicas do paciente, de acordo com a necessidade do mesmo.
Nosso espaço terapêutico é composto com equipamentos apropriados para a promoção dos estímulos vestibulares nos planos horizontais e rotacionais, somatosensorial (sensações de tato, temperatura, da posição das partes do corpo ou da dor), visual, planejamento motor, reações de endireitamento postural e equilíbrio, propriocepção, sincronia de movimento, além de diversificados tipos de brinquedos, encaixe, cores diversas, texturas variadas que estimulam os sistemas táteis, visuais, motores e auditivos e aparelhos suspensos.
A maneira como nós respondemos à estas sensações nos provocam movimentos de repulsa ou prazer. Podemos responder defensivamente ou nos adaptando à situação. O Processamento Sensorial é então, a possibilidade de organizar essas sensações que o cérebro integra a uma resposta adaptativa. A Integração Sensorial vai trabalhar a possibilidade da criança tornar-se capaz de organizar e interpretar a informação de forma adequada para agir de acordo com a situação. De modo que os estímulos sensoriais presentes no mundo não sejam um impedimento para o seu desenvolvimento.
Conheça os principais:
Distúrbio de Integração Sensorial | Conseqüências |
Baixo ou inexistência de tônus muscular | Má postura – fadiga |
Pobre vivencia espacial e de posicionamento | Insegurança gravitacional |
Incoordenação na lateralidade | Dificuldades em cortar, colorir, escrever |
Coordenação olho-corpo | Ineficiência visual |
Curto tempo de atenção | Não focalizar as tarefas a serem executadas |
Lentidão motora | Desajeitada – torpe – bate-se nas coisas |
Hiperatividade | Baixo nível de concentração |
Sensibilidade tátil alterada | Não gosta de ser tocada ou não percebe toque – sensível às texturas de roupas, comidas, objetos – formas |
Dificuldade para alimentar | Alimentos com mesmo tipo de textura e temperatura |
Medo excessivo | Isolamento |
Dificuldade em compreender e usar a linguagem oral | Problemas na fala, leitura e escrita |
Dificuldade em graduar força | Manipulação inserta de objetos e toques em relação às pessoas |
Não percebe seu espaço pessoal | Chega muito perto das pessoas |
No momento da avaliação pode acontecer solicitação de alguns vídeos caseiros em momentos de lazer, escola ou enquanto realiza atividades de vida diária para que o profissional conheça melhor o caso.
As sessões após a avaliação duram em média 40 minutos, em 1 ou 2 encontros semanais, de acordo com a necessitade da criança/adulto. O tempo de atuação da terapia deve ser continuado e sempre maior a um ano para que os objetivos clínicos e pedagógicos possam ir sendo alcançados e estabelecida a aprendizagem.
Por Gabriela França